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Ensinando a Transgredir, de Bell Hooks



"Quando nós, como educadores, deixamos que nossa pedagogia seja radicalmente transformada pelo reconhecimento da multiculturalidade do mundo, podemos dar aos alunos a educação que eles desejam e merecem. Podemos ensinar de um jeito que transforma a consciência, criando um clima de livre expressão que é a essência de uma educação em artes liberais verdadeiramente libertadora.”


Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐❤️

Editora: Folha de São Paulo


Algumas obras temos que demorar um pouco mais para ler. Não por que são difíceis ou densas demais, mas porque temos que aproveitar cada palavra e ensinamento que elas nos oferece. E foi com este sentimento que estudei a obra de bel hooks.


“Ensinando a Transgredir: A Educação como Prática da Liberdade,” de bell hooks, é uma obra essencial para quem busca compreender as complexidades e as potencialidades da educação como um instrumento de emancipação. Publicado originalmente em 1994, o livro é uma coletânea de ensaios que reflete a visão crítica de hooks sobre a pedagogia, integrando questões de raça, classe e gênero em um discurso influenciado pelo feminismo e pelas teorias pós-coloniais.


Desde o início, hooks desafia a tradicional concepção de ensino, que ela considera limitante e opressiva, especialmente para os grupos marginalizados. Ela argumenta que o processo educativo deve ser uma prática de liberdade, um espaço onde alunos e professores se engajam em um diálogo genuíno e transformador. Para hooks, a sala de aula deve ser um lugar de crescimento intelectual e espiritual, onde as identidades são respeitadas e a diversidade é valorizada.


Um dos pontos centrais do livro é a ideia de “ensino crítico.” Hooks defende que a educação deve ir além da mera transmissão de conhecimento; deve, acima de tudo, fomentar uma consciência crítica que permita aos estudantes questionar e resistir às estruturas de poder opressivas. Nesse sentido, ela se afasta da pedagogia tradicional, que muitas vezes reforça a passividade e a conformidade, propondo uma abordagem que encoraje a curiosidade, a reflexão crítica e a ação.


A autora também enfatiza a importância do amor na educação. Para hooks, o amor não é apenas uma emoção pessoal, mas uma força política que pode transformar a prática pedagógica. Ela sugere que professores que ensinam com amor criam um ambiente de cuidado e respeito, onde os alunos se sentem valorizados e empoderados para expressar suas vozes e experiências. Esse amor, combinado com o comprometimento com a justiça social, constitui a base de uma pedagogia que busca não apenas educar, mas libertar.


Além disso, hooks aborda as dificuldades e as contradições que ela mesma enfrentou como mulher negra e intelectual em um ambiente acadêmico predominantemente branco e masculino. Suas reflexões são profundamente pessoais e reveladoras, proporcionando ao leitor uma compreensão mais ampla dos desafios enfrentados por aqueles que lutam por uma educação mais inclusiva e democrática.


Assim, Hooks nos convida a imaginar uma sala de aula onde todos os participantes são igualmente responsáveis por seu aprendizado e onde o conhecimento é visto como um caminho para a liberdade e a resistência. Seu trabalho continua a inspirar educadores em todo o mundo a adotar uma pedagogia que, em vez de silenciar, dá voz e poder a todos os alunos. Depois dessa obra, terá ainda mais dela nessa perfil!

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