Frankenstein, de Mary Shelly
- Felipe Reimberg Berlofa
- 26 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

"Os diferentes acidentes da vida não são tão mutáveis quanto os sentimentos da natureza humana. Eu havia trabalhado duro por quase dois anos, com o único propósito de infundir vida em um corpo inanimado. Para tanto, eu me privara de descanso e saúde. Eu desejara isso com um ardor que em muito excedia a moderação; mas agora que estava terminado, a beleza do sonho sumira, e um horror e um nojo estonteantes invadiram meu coração."
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
Editora: Antofágica
Apesar de não ter conseguido reler esta obra a tempo de postar a resenha em outubro, foi uma excelente escolha manter a leitura até o final! Escrito por Mary Shelley e publicado em 1818, este romance é um marco tanto na literatura gótica quanto na ficção científica. A história de Victor Frankenstein e sua criatura explora, de forma profunda, as complexidades morais e científicas envolvidas na criação e na busca pelo desconhecido.
A trama acompanha Victor Frankenstein, um jovem cientista cuja ambição o leva a tentar vencer a morte e criar vida a partir de partes de cadáveres, culminando em um experimento macabro. O resultado é a criatura, um ser monstruoso e desfigurado que rapidamente se torna um pária. O romance explora as consequências trágicas dessa criação e as lutas existenciais e morais enfrentadas tanto por Victor quanto pela criatura.
Uma das características mais marcantes de Frankenstein é a análise das implicações éticas e morais da ciência e da criação. Mary Shelley aborda questões fundamentais sobre os limites da ambição humana e as responsabilidades inerentes à criação de vida. O livro também explora temas como alienação, busca por identidade e rejeição, elementos que continuam a ressoar e dialogar com a sociedade contemporânea.
Nesta edição belíssima da @Antofágica, há textos de apoio e videoaulas que enriqueceram ainda mais a minha releitura. Destaco especialmente o ensaio do Profº Cristiano Aguiar, que analisa o estilo gótico e o horror presentes na obra, consolidando-a como um dos pilares do terror clássico. O ensaio também discute temas centrais, como a solidão da criatura em relação ao seu criador, oferecendo uma visão mais profunda sobre as nuances do texto.
Outro ponto de destaque comum nas edições da Antofágica são os ensaios e videoaulas que contextualizam a vida e a obra dos autores. Nas produções da Profª. Me. Sofia Netrosvki, temos um panorama da vida de Mary Shelley e como elementos autobiográficos ajudam a compreender a profundidade de sua escrita, enriquecendo ainda mais a experiência de leitura.
Essa releitura de Frankenstein aumentou meu apreço pela obra. Para quem, como eu, tem afinidade com clássicos e terror, este livro é praticamente obrigatório. E, se você puder complementar a leitura com ensaios e aulas que oferecem contexto e reflexões adicionais, a experiência certamente será inesquecível.
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