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Herança e Testamento, de Vigdis Hjorth



“[…] quando somos jovens, sentimos que ainda não fazemos partes da condição humana, quando somos jovens, fazemos as coisas porque não são para “sempre”, pensamos que tudo é um ensaio a ser repetido à vontade, a ser corrigido assim que a cortina se abrir de verdade. Um dia ficamos sabendo que a cortina estivera aberta o tempo todo. Aquele era o espetáculo.


Nota:⭐️⭐️⭐️⭐️❤️

Editora: Harper Collins


Existe favoritismo entre filhos? Qual o legado que nossos pais podem nos deixar? Não sei aonde achei esse livro, mas confesso que sua sinopse ja me prendeu de início e sabia que iria ser um dos melhores do meu ano.


"Herança e Testamento", da autora norueguesa Vigdis Hjorth, mergulha nas profundezas dos traumas familiares e na batalha pela validação das experiências, especialmente aquelas silenciadas. Após 23 anos de afastamento, Bergljot, uma mulher de mais de 50 anos, se vê envolvida em uma disputa por duas casas de praia doadas por seus pais às duas filhas mais novas. Isso privaria ela e seu irmão mais velho do direito de usufruir desses imóveis. Apesar da promessa de uma divisão igualitária, os pais demonstram um claro favoritismo em relação às filhas mais jovens, causando profunda injustiça aos filhos mais velhos.


À medida que as irmãs mais novas reivindicam as casas de praia, a história ressuscita antigos traumas, expondo feridas não cicatrizadas que os irmãos mais velhos carregam consigo - uma razão subjacente para seu afastamento.


A narrativa habilmente entrelaça a complexidade psicológica da protagonista com a dinâmica familiar turbulenta. Hjorth emprega uma técnica narrativa fragmentada, usando fluxo de consciência e repetição para espelhar o tumulto mental da protagonista em sua luta contra a dor e o silenciamento. Além de ser uma saga familiar, o livro adentra questões filosóficas e psicológicas profundas, desafiando a noção de herança não apenas como propriedade material, mas também como legado emocional, moral e psicológico.


Minha crítica vai apenas para a edição da Harper Collins. Infelizmente com pouco tempo de uso, o livro se desgastou e perdeu algumas cores que deixavam a edição mais bonita. Mas, pensando no mercado editorial , foi uma ótima escolha da empresa trazer a obra norueguesa para nosso país.


Em suma, "Herança e Testamento" é mais do que um drama familiar; é uma obra corajosa com temas muito difíceis de serem abordados, e acredito que a autora o fez com muito êxito. Entretanto, fica o aviso: por serem temas muito sensíveis, a obra pode sim despertar gat1lh0s e ser incômoda para alguns. Então, fica a recomendação, mas com ressalvas.

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