Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
- Felipe Reimberg Berlofa
- 30 de jan. de 2023
- 2 min de leitura

"Matamos o tempo; o tempo nos enterra..."
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐
Edição: Antofágica
Esta foi minha segunda leitura de Memórias Póstumas de Brás Cubas e sinto que me conectei ainda mais nesta releitura do que na primeira vez que o li no ensino médio.
Escrito por Machado de Assis em 1880 em formato de folhetim e publicado como livro em 1881, a obra é uma das mais importantes de nossa literatura. Admitindo adotar inspirações de obras de Laurence Sterne e Xavier de Maistre, Machado traz nesta obra um rompimento com a forma linear e objetiva de narração proeminente na época, além de retratar temas como a escravidão, classes sociais e o cientificismo no Brasil das décadas de 1880.
Em suma o enredo é simples. Ele traz a história de Brás Cubas, que nas primeiras páginas já define a nova ordem de narrativa de sua vida: ele está morto e decide escrever sua autobiografia. Os primeiros 9 capítulos ele traz a perspectiva de sua morte e seus últimos dias de vida tentando fazer algo que o tornaria lembrado por todos. Deste capítulo em diante, vamos conhecer sua trajetória de vida, seus amores, decepções e perspectivas de vida em direção a algo que "garantiria a glória entre os homens".
Senti mais afinidade com Dom Casmurro, mas é impossível negar que a obra que inaugura o Realismo no Brasil é uma história cheia de reflexões. Machado com seu tom irônico nos conta a história de uma forma interessante; ele nos provoca reflexões sobre a sociedade e suas políticas; nos faz refletir sobre nossas relações e as negativas e felicidades que vida pode nos proporcionar.
Adoro Machado e com certeza esta obra, apesar de não ser tão perfeita em meu coração e experiência, vai me acompanhar durante vida para outras releituras e acende mais curiosidade para ler suas obras.
Destaque para esta edição da Antofágica que está lindíssima com as ilustrações originais de Portinari e que dão mais vida a obra em si.
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