O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati
- Felipe Reimberg Berlofa
- 22 de fev. de 2023
- 2 min de leitura

É o tempo em que nas velhas tábuas ressuscita uma obstinada saudade da vida [...]"
Nota: ⭐⭐⭐⭐⭐❤️
Editora: Nova Fronteira
Como você aproveita o tempo que a vida lhe oferece? É com essa ideia que "O Deserto dos Tártaros" de autor italiano Dino Buzzati e publicado na década de 1940 nos faz refletir.
A obra em si tem uma história simples, ela se situa em uma fortaleza localizada numa região isolada e desértica, na qual soldados são incumbidos de defender a fronteira de um país de uma invasão iminente dos tártaros. O livro narra a rotina do jovem tenente Giovanni Drogo, que é destinado a servir na fortaleza, sua vida solitária e suas expectativas em relação ao combate que ele acredita estar por vir.
O livro tem uma atmosfera única e envolvente, que cria uma sensação de inquietude e incerteza. Buzzati utiliza uma linguagem simples e direta, mas que transmite um sentido de desolação e desesperança. O autor explora a relação entre tempo, expectativa e realidade, criando um ambiente angustiante, em certos momentos até tedioso, em outros, cotidiano.
Mas o que mais me impressionou é como "O Deserto dos Tártaros" é uma reflexão sobre o tempo e o significado da vida. O livro apresenta uma visão profunda e melancólica sobre as expectativas humanas, as quais muitas vezes não se concretizam e são condenadas a uma espera sem fim. A obra é uma meditação sobre a condição humana e o destino, sugerindo que a vida é uma jornada de espera que muitas vezes não tem um fim definido e a comodidade pode nos colocar em embates importantes para o rumo de nossa vida.
É uma leitura intensa e provocativa que desafia o leitor a refletir sobre a existência humana e sua relação com o tempo e as expectativas. A obra é um clássico da literatura italiana e uma das principais referências do existencialismo na literatura. O livro oferece uma visão desoladora, porém profundamente realista, sobre a natureza humana, o sentido da vida e o que fazemos com o nosso tempo.
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