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O Reino de Cobre, de S.A Chakraborty



“Não se para de travar uma guerra só porque se está perdendo batalhas. É preciso mudar de tática.”


“É difícil ver o modo como esta cidade destrói aqueles que amamos”


Nota: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

Editora: Morro Branco


Faz anos que nenhuma saga de fantasia épica consegue me prender, mas O Reino de Cobre foi uma exceção. Apesar de ter demorado na leitura devido à rotina, valeu cada minuto imerso nessa história.


Segundo volume da aclamada trilogia de Daevabad, O Reino de Cobre, de S.A. Chakraborty, mergulha profundamente nas consequências dos eventos intensos de A Cidade de Bronze. Passados cinco anos desde o clímax do primeiro livro, os personagens estão marcados física e emocionalmente pelas escolhas e tragédias que os moldaram. Com uma narrativa envolvente e uma tensão crescente, Chakraborty expande seu universo mágico com maestria, entrelaçando política, religião e magia de forma intrincada e impactante.


O livro apresenta três arcos principais: Nahri, agora uma figura poderosa, mas confinada à tirania dos Al Qahtani; Ali, exilado e lutando para sobreviver enquanto lida com sua misteriosa conexão com a água; e Dara, envolvido em alianças que prometem retomar Daevabad a qualquer custo. Cada personagem carrega cicatrizes e escolhas que pavimentam suas trajetórias em um mundo onde a opressão, o privilégio e o rancor coexistem de forma cruel.


Nahri se destaca como uma protagonista fascinante, evoluindo de uma ladra astuta para uma mulher que entende o peso de seu poder e o utiliza para desafiar as desigualdades. Sua determinação em não se dobrar, mesmo enfrentando um sistema opressor, é inspiradora. Já Ali, com sua lealdade dividida entre família, fé e um senso de justiça emergente, entrega uma jornada cheia de conflitos internos. E Dara, complexo e emocionalmente devastador, vive dilemas de moralidade que ressoam profundamente com o leitor.


A construção de mundo de Chakraborty é excepcional. Daevabad, com suas intrigas políticas e sociais, é um personagem vivo na história. A cidade reflete os conflitos internos dos protagonistas e carrega a tensão de séculos de injustiças e guerras. A magia, embora fascinante, é tratada como uma força ambígua, capaz de curar e oprimir, intensificando os dilemas enfrentados pelos personagens.

Com reviravoltas emocionantes e um ritmo deliberadamente cadenciado, O Reino de Cobre é um pavio aceso que leva o leitor a uma explosão inevitável.


Chakraborty desenvolve seus personagens e suas tramas paralelas com maestria, garantindo uma narrativa tão rica em ação quanto em reflexão. Mais do que uma história de fantasia, este é um livro sobre resistência, sacrifício e as complexidades das relações humanas em um mundo em constante conflito.

Uma continuação brilhante que prepara o terreno para um desfecho inesquecível.

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