Dias de Abandono, de Elena Ferrante

"Existir é isso, pensei, um sobressalto de alegria, uma pontada de dor, um prazer intenso, veias que pulsam sobre a pele, não há mais nada de verdadeiro para contar."

Nota: ⭐⭐⭐⭐

A misteriosa autora Elena Ferrante foi uma das melhores descobertas literárias que fiz esse ano e a leitura de suas obras "Filha Perdida", "Um amor incômodo" e "Dias de Abandono" trazem algumas semelhanças: tramas curtas e intensas com temas como maternidade e relacionamentos parentais. Temas que nos atingem facilmente por serem reais e próximos a nós.

E das três que li até agora, Dias de abandono foi a mais intensa e história que mais gostei.

A obra irá trazer a história de Olga, que após 15 anos de casamento é abandonada pelo marido e deixada com seus dois filhos e um cachorro.  A trama é penosa, sentimos a cada virada de página a intensidade dos fatos, das emoções e do sentimentos;  vivemos o luto de Olga em todas as suas etapas, adentrando o íntimo da esposa abandonada. Todavia, a trama recupera seu fôlego até chegarmos ao momento da aceitação, da libertação de Olga e de seu amor próprio.

A história não esconde o fato de ser densa, crua e incômoda.  É uma leitura que pode não ser muito fácil para algumas pessoas, mas não deixar de ser uma história muito boa e que sempre nos transformam e nos fazem refletir após o seu término.